Soltura de filhotes de tartarugas no rio Xingu, no PA, emociona voluntários: ‘Experiência maravilhosa’
Foto Reprodução| Cerca de 4.200 filhotes de tartarugas-da-Amazônia, tracajás e pitiús foram soltos no rio Xingu neste sábado (6). A atividade ocorreu no Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal, em Senador José Porfírio, sudoeste do Pará, considerado um dos maiores berçários de espécies de tartarugas de água doce da América do Sul.
Em sua primeira participação na ação, a voluntária Bruna dos Santos relata a emoção de vivenciar de perto o trabalho de conservação dos quelônios.
“É uma experiência maravilhosa. Há muito tempo eu queria participar e finalmente consegui”, afirma.
O grupo participou das escavações na areia para abertura dos ninhos, do salvamento dos filhotes e da soltura, acompanhando de perto o trajeto das pequenas tartarugas até o rio.
A ação reuniu 44 voluntários da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e foi realizada em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) e o Ibama.
Na ocasião, os voluntários aprenderam sobre o comportamento e o ciclo de vida dos quelônios, além dos desafios enfrentados para proteção e conservação das espécies.
Para o colaborador Marlon de Oliveira, a participação no projeto Tartarugas do Xingu reforça o vínculo com o território e o compromisso com a conservação da biodiversidade.
“É emocionante participar mais uma vez dessa ação. Além de contribuir diretamente para a proteção dos quelônios do Tabuleiro do Embaubal, temos a oportunidade de vivenciar a riqueza natural do Xingu”, destacou.
Conservação das espécies
A ação voluntária é uma das atividades desenvolvidas pelo Programa de Conservação e Manejo de Quelônios de Belo Monte. Desde que foi criado, em 2011, mais de 6,5 milhões de filhotes foram devolvidos à natureza.
O programa mantém uma equipe de biólogos e auxiliares de campo que, desde setembro, monitoram a reprodução em 20 praias do Tabuleiro do Embaubal.
O trabalho inclui a identificação e a demarcação dos ninhos, além do acompanhamento das condições naturais de incubação e eclosão.
A desova ocorre até o fim de novembro, e os nascimentos se concentram entre o início de dezembro e a primeira quinzena de janeiro.
Neste ano, o monitoramento identificou 4.238 ninhos das três espécies.
Equipes do Ideflor-Bio, Ibama, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Pará (Semas) e Polícia Militar atuaram em conjunto para coibir a coleta irregular de ovos e a caça predatória.
“Estamos no Tabuleiro do Embaubal desde julho, realizando fiscalização diária para manter a unidade livre de pressões humanas e proteger o ciclo de vida dos quelônios”, explica Marco Aurélio Xavier, gerente das Unidades de Conservação do Xingu.
Fonte: G1 e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 08/12/2025/16:53:40
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