Itaituba. O Avião. Os 51 Kg de Ouro. O Armando Palla. O Rychael Castro. O Sargento da Reserva. A PF e a Prisão

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(Fotos>Reprodução) – A apreensão de mais 51 kg de ouro, uma pistola Glock e munições dentro de um avião de pequeno porte, na terça-feira (2), levou a Polícia Federal (PF) a prender três adultos e apreender um adolescente de 17 anos no Aeroporto Internacional de Boa Vista. A aeronave chegou de Itaituba, no Pará e fazia transporte clandestino de passageiros e cargas. No avião, estavam o piloto Armando Palla Junior, de 57 anos; o sargento aposentado do Exército, João Heriberto Ferreira dos Santos, 55 anos; o empresário Rychael Castro Gonçalves, de 33 anos – presos em flagrante.

O adolescente 17 anos é irmão de Rychael. Após terem prisão preventiva decretada na quarta-feira (3), o empresário Rychael Gonçalves e o piloto Armando Palla Junior foram levados à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC). O sargento aposentado do Exército João Heriberto Ferreira dos Santos, de 55 anos, foi levado para uma prisão militar. A prisão deles foi decretada pela juíza Mirna Brenda de Magalhães Salmázio, da 4ª Vara Federal Criminal durante audiência de custódia.

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Na decisão, a magistrada afirmou ser necessário manter os investigados presos para garantir a ordem pública. A defesa do empresário Rychael Gonçalves ainda tentou evitar a transferência dele para a Pamc e pediu à Justiça que ele fosse levado para uma unidade militar sob a alegação dele ser ‘filho de militar’. O pedido foi negado pela juíza, que explicou que o direito à prisão especial é exclusivo de quem exerce a função militar e não se estende a familiares.

Por meio de nota, a defesa de Rychael Castro Gonçalves e João Heriberto Ferreira dos Santos informou que “não são verdadeiras as acusações contra eles e que se manifestará somente nos autos”. A defesa de Armando afirmou que “é profissional da aviação civil, contratado exclusivamente para realizar o voo, não sendo proprietário do ouro, nem responsável pela origem do metal ou por qualquer atividade de garimpo”. Afirmou que só se manifestará nos autos. Todos são apontados pela PF como parte da estrutura que faria o transporte do ouro até a pista na Fazenda Timbó, em Boa Vista.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a pista é legalizada. O piloto alternou a rota e pousou no Aeroporto Internacional de Boa Vista ao invés da pista de pouso da fazenda, o que chamou a atenção da equipe de fiscalização. A carga de ouro estava dividida em 54 barras e avaliada em R$ 36,8 milhões, de acordo com a cotação atual do Banco Central (BC). Veja abaixo o histórico dos presos:

Rychael Castro Gonçalves – O empresário assumiu à PF que carregava parte das barras de ouro, mas disse que o material não era dele e que apenas faria a entrega na fazenda. Ele contou que já havia realizado outras viagens semelhantes. O empresário é dono da empresa de segurança privada Aliança Segurança LTDA, em Itaituba, criada originalmente pelo pai e posteriormente assumida por ele e por um irmão. Ela é avaliada em R$ 120 mil reais. A Aliança prestava serviços de segurança e logística para a Ourominas, gigante do ramo de compra e venda de ouro, e outras empresas do setor de ouro.

A abertura da empresa inclusive foi feita por um contador indicado pela própria Ourominas. Por meio de nota, a Ourominas informou que Rychael e a Aliança não prestam qualquer serviço para o grupo há mais de 3 anos. A mineradora afirmou ainda que há “um litígio trabalhista em curso, movido pelo próprio Rychael” contra a Ourominas. Ressaltou ainda que não atua no Pará há 3 anos.

Rychael foi investigado em outro inquérito da Polícia Federal, em 2020, também relacionado a transporte ilegal de ouro em Itaituba. A investigação acabou trancada por decisão da Quarta Turma do TRF1, mas o histórico mostra que o empresário havia sido alvo de apurações sobre o mesmo tipo de crime.

Armando Palla Junior – Responsável pela aeronave, Armando Palla Junior disse à PF que é o “proprietário de fato” do avião e que recebeu R$ 25 mil para fazer o transporte dos passageiros. Ele também admitiu que tinha feito pelo menos outra viagem igual, com a mesma rota e contratante. O piloto declarou que não sabia da presença das barras de ouro a bordo, mas reconheceu que levava passageiros de forma irregular, pois o avião não tinha autorização para táxi aéreo.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou a irregularidade e suspendeu as habilitações dele. Para a PF, os depoimentos indicam que o piloto já estava habituado ao trajeto entre Itaituba e a região da fazenda, rota que aparece em outras investigações sobre o escoamento aéreo de minério extraído ilegalmente.

João Heriberto Ferreira dos Santos- Sargento da reserva do Exército, João Heriberto estava com uma pistola Glock G25 carregada. Ele apresentou registro da arma, mas ficou em silêncio durante o interrogatório. A PF aponta que o militar atuava na segurança da carga, acompanhando o grupo no transporte até a área de destino. A presença armada é citada como um dos elementos que reforçam a suspeita de associação criminosa majorada.

Sargento aposentado do Exército, João Heriberto Ferreira dos Santos. — Foto: Reprodução
Sargento aposentado do Exército, João Heriberto Ferreira dos Santos. — Foto: Reprodução

Segundo os agentes, a presença de um militar armado aumenta o grau de organização da ação e contribui para a classificação do caso como associação criminosa majorada, já que o uso de armamento em operações desse tipo é considerado elemento de reforço do esquema.

Adolescente – O jovem de 17 anos estava com barras de ouro escondidas no casaco, nos bolsos e na mochila que carregava junto com Rychael. Segundo a PF, ele ajudava a ocultar parte da carga durante o voo. Foi o único levado à Delegacia de Defesa da Infância e Juventude (DDIJ). A Polícia Civil informou que lavrou um Boletim de Ocorrência Circunstanciado por ato infracional análogo ao crime de usurpação de bens da União e extração ilegal de minério.

Por se tratar de ato infracional sem violência ou grave ameaça, o adolescente foi liberado ao responsável legal. Ele deve comparecer ao Ministério Público. A PF aponta corrupção de menores, já que ele foi utilizado pelo grupo no transporte do ouro.

Barras de ouro apreenidas no aeroporto de Boa Vista somam 51,490 kg — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Barras de ouro apreenidas no aeroporto de Boa Vista somam 51,490 kg — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Fonte:  e  Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 06/12/2025/09:39:46

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